A crise dos 8... Será que existe?
Não sei se existe. Não sei se é passageira. Não
sei se veio para ficar por muito ou pouco tempo. Só sei que chegou, e que
nos tira (a mim e ao pai) do sério! De tal
forma, que ficamos com os “cabelos em pé”!
Os finais de dia são, muitas vezes, um
desespero. Entre banhos, jantares, deitar e tentar deixar a casa minimamente
arrumada para o dia seguinte tem sido um verdadeiro desespero.
O Santiago sempre (até há uns meses atrás) foi
uma criança calma, obediente e muito compreensiva. Desde há uns meses
para cá que essas qualidades têm se desvanecido. Tornou-se num menino
desobediente, e só faz a conta dele.
É preciso repetir constantemente as coisas para
que ele as perceba e as execute, e mesmo assim nem sempre as faz. Eu pareço um
papagaio, mais vale gravar um cd e no final do dia deixar
tocar!
Antes de fazer qualquer coisa questiona o porquê
... porquê ele... porquê... porquê! Nestes últimos dias as tarefas dele têm que
ser cronometradas, e nem assim vai. E não, não estou a exagerar, damos-lhe 15
minutos para tomar banho e ele da o ar da sua graça, na paz do senhor, 45
minutos depois! E todos os dias se repete o mesmo. Conversamos, explicamos que
não pode ser, que tem que obedecer, não pode ficar a olhar para a água a correr
no banho porque se gasta água, e custa dinheiro. Não pode fazer
"asneiras" com os irmãos porque eles repetem tudo o que ele faz.…
e nada!
Tentamos “desculpa-lo” com o "ele pediu
tanto um irmão, vieram dois, temos que ter calma, a de "hoje" passa, mas
amanhã terá o devido castigo" Acho que pensamos isso todos os dias.
Até compreendo que ser irmão mais velho de dois não será
fácil, mas, muitas vezes não consigo perceber as atitudes que ele tem perante
os irmãos.
Dou por mim a observar outros irmãos enquanto
brincam, enquanto uns fazem birras e o mais velho tenta apaziguar as coisas, e quando
isso acontece com os irmãos ele nem valoriza. Como se eles não existissem
naquele momento. Acredito que goste e muito deles, que são difíceis de aturar,
mas há certas atitudes que com muita pena e frustração minha não consigo perceber!
E no meio disto tudo, dou por mim a questionar a atenção que lhe damos! Será
pouca? Será que ele sente a falta de nós por ter sido filho único seis anos?!
Onde estamos a falhar!
Ouço muitas vezes, "ainda é uma criança, só
tem 8 anos?!" Não, já tem 8 anos. E sim, ainda é uma criança, mas já
deveria ser mais responsável... mais voluntario para ajudar! Mais compreensivo
e perceber que não é fácil para nenhum de nós, e que três crianças aos gritos
pela casa e a correr só nos deixa mais stressados, mais irritados e com menos
paciência.
No meio disto tudo, ainda goza (no sentido de
olhar para mim como se nada fosse com ele) comigo/connosco!! Aiiiii...
Ser criança não é fácil.
Boa semana
❤
❤
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